Eu e minha irmã, Fernanda, acabamos de voltar de uma temporada de uma semana em Nova Iorque. Por mais que muita gente nos questione sobre a qualidade dos cafeterias americanas nos já conhecíamos e sabíamos que eles mandam bem sim, e muito. Claro que, como todo lugar do mundo, existem cafeterias horríveis, sujas e lamentáveis mas como já tínhamos feito um roteiro de cafés por lá em uma outra oportunidade, fomos direto nas nossas preferidas e provamos muito café bom!
Pelas cafeterias que passamos por la, encontramos muita gente legal que fez de tudo para nos tratar da melhor maneira e claro, nos servir o melhor café. Encontramos baristas bacanas, felizes em trocar ideias com a gente. Alias, adoro conversar com baristas. Sempre paro pra escutar o que eles tem a dizer e contar. Gosto de saber tanto da historia deles como do ponto de vista deles a respeito de tudo sobre o café. A maioria dos baristas americamos que conheci desta vez eram dedicados e ao mesmo tempo super "
easygoing" como eles dizem por la. Essa postura deles é mto gostosa de ver. Eles preparam o café com tranquilidade, sem perder a agilidade. Não estavam preocupados com o meu julgamento mas eu percebia que estavam fazendo tudo direitinho, da maneira que cada um acredita. Cada um tem a seu jeito de armazenar, de torrar, de preparar. E quem define essa maneira eh, ou deveria ser, o sabor da bebida. Em nenhum momento tentaram me convencer de que o método deles eh o melhor, ou algo assim. E o mais bacana, nenhum criticou o trabalho do concorrente. Gostei da sinceridade dos baristas que tive o prazer de conhecer dessa vez. Acredito que o café tem muitas nuances e que regras são sim muito importantes mas ninguém deve ficar preso ao que um ou outro dizem. Cada um tem o direito de ter sua própria opinião, e como tudo na vida, sempre tem alguém que prefere o amarelo ao azul, e vice-versa. E foi isso que senti dessa vez em Nova Iorque. Que cada barista tem sua opinião porem, respeita a opinião do colega. Atitude saudável que só ajuda a melhorar o trabalho com cafés de qualidade.
Vamos ao que interessa. `As cafeterias de NYC e aos seus cafés.
Stone Street:
Meu favorito, por diferentes razoes. Primeiro porque ele não estava no
script. Eu não o conhecia e ninguém nos indicou. Passeávamos pela rua quando nos deparamos com uma janelinha. Olhamos pra dentro e la estava uma la Marzocco limpinha. Maquina de otima qualidade e limpa ja eh um bom sinal de que o cafe eh legal. Curiosas, entramos e fomos atendidas por um barista simpatiquíssimo, super atencioso e caprichoso. Infelizmente sou péssima com nomes e não me lembro do nome dele. :( Passamos um bom tempo la papeando e experimentando os cafés que ele servia. O Atendimento eh feito pela janela mas também é possível entrar. O lugar é minúsculo! Notamos que tinha uma portinha, brasileiras e curiosas logo perguntamos para onde dava aquele lugar. Quando abrimos, com a permissão dele, claro, nos deparamos com um lindo bar "secreto". O bar, com decoração lindíssima, bem boemia antiga era também surpreendente. Como adoro surpresas boas, este lugarzinho minúsculo me marcou.
Espresso:
Já conhecia por foto. A decoração de la é super bacana. É como se você estivesse na casa maluca, lembra? Os arquitetos mandaram muito bem, já o café não tinha nada de interessante nem diferente. Provamos o trivial e aproveitamos para curtir o ambiente modernoso.
Stumptown:
O Stumptown, alem de te dar aquela sensação de "Estou mesmo em NY", tem cafés muito bons! Todos os baristas tem um estilo "diferenciado",
cool, com personalidade. Aliás, todos usam chapéu. Acho linda a liberdade de expressão mas, eu, particularmente, nao acho tao legal uma pessoa de chapéu te servindo um café...Na minha opinião, o cabelo de um barista tem que ser preso, afinal, niguém gosta de cabelo na bebida, não é? Enfim, deixando as críticas nao construtivas de lado, eu adorei lá. Provamos o básico espresso, um machiatto, e um cafe preparado na Chemex muito gostoso. Pra quem nao conhece, a Chemex tem o formato de uma ampulheta que ajuda a reter mais o calor do café. Seu filtro é espesso, em formato de cone. Não provamos o Latte mas ficamos de olho (gordo) nos que saiam de la. Lindos e cremosos!
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Chemex
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Blue Bottle:
Como estava viciada nos coados enormes americanos, pedi um pra mim. Estava muito bom tambem. Adoro toda a comunicacao visual deles. Tudo muito explicado e clean. Sabe aquele lugar que antes mesmo de provar o cafe voce ja imagina que deve ser no capricho? La é assim. Quer impressao melhor pra se ter de uma cafeteria? Vale a visita!
Upright Coffee:
Mais uma surpresinha boa no meio do caminho. Minúsculo e bacana. Adoro lugares assim. Claro que entramos, papeamos e experimentamos...
Grumpy:
O Grumpy foi uma experiencia a parte. Ja marcamos do Brasil uma visita a torrefacao deles. Foi um dia muito agradavel e proveitoso. Fomos atendidas pela compradora de cafes e responsavel pela torrefacao da Grumpy, a Colleen. Mais uma vez uma menina muito amavel, simples e querida. A tarde toda de conversas, troca de ideias, de opinioes. Torra daqui, analisa dali...Discutimos sobre armazenagem, torra, cafe verde...Quer passeio melhor? La eles usam a Probat pra torrar o cafe, bem pequena mesmo. Compram cafes do mundo todo, inclusive do Brasil (claro!). Provamos de tudo. Como nao podemos tomar cafes de outros paises aqui no Brasil, fizemos a festa com os mais variados blends de la.
Provamos o cafe gelado, muito comum em NY. Simplesmente preparam o cafe frio nuns coadores de pano gigantes por cerca de 12 horas. Sim, 12 horas! E nao eh que fica doce? Incrivelmente doce! Ate demais para o meu gosto...Este cafe nao é pra mim mas, faz o maior sucesso por la no verao! É...o que seria do azul se todos gostassem do amarelo...
Só temos a agradecer a todos que nos receberam com tanto carinho na Grumpy. Espero que sejam tambem sempre muito bem recebidos por aqui. :)
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café gelado |
Ninth Street:
Outro café bem legal que visitamos. Nada que eu tenha notado de muito diferente mas, legal. O espresso estava bem extraído.
Joe:
A Joe é uma rede de cafeterias bem conhecida por lá. Não deixamos de ir mas dessa vez não fomos na mais caprichada delas...Fomos na Joe da Grand Central Station. O espresso estava aparentemente bonito porém muito amargo. Mas, vale a visita.
Roasting Plant:
Esses caras são doidos. Quando você acha que já fizeram de tudo sempre aparece um maluco com ideias novas. O que eles priorizaram lá foi o frescor da torra. E bota frescor nisso! Com apenas um comando, o café verde atravessa uma tubulacao e é enviado direto para o torrador que já esta programado para efetuar a torra do tal café. A torra fica na vitrine da cafeteria e é possível ver os graozinhos verdes se transformando em grãos torrados. Bem interessante pra quem nunca viu esse processo. Terminando a torra, o café é enviado para outros tubos. Na hora de preparar o espresso, como num "passe de mágicas", os graos torrados são enviados direto para a máquina de espresso. O típico cientista maluco do café. O processo chega a ser até divertido porém o café deixou um pouco a desejar. Me chamem de retrógrada, mas ainda não me convenci do processo do tal cientista maluquete. Mas, não tem como não adimirá-lo pela extravagancia e pela grande dedicação em elaborar um processo totalmente automatizado para o café.